It's my life

E como sempre, tudo mudou...

Começando pela minha infância, afirmo e posso garantir que foi a melhor época da minha vida. Foi simples, mas intensa, foi vivida!
Ouvi a lama entre os dedos, me sujava inteira, e depois disso tudo ainda tinha sempre coragem de dizer pro meu pai que não tinha me rolado na lama, que não tinha brincado de guerrinha com meus primos. Era ali que eu menos merecia, e ainda assim meu pai me dizia sim.
Cheguei até a me saturar de montar e desmontar tantas vezes aquela minha casa da Barbie. Era sempre a mesma coisa, aquela empolgação para montar, depois de finalizada, a preguiça me tomava conta e eu ia brincar de outra coisa, e então quando minha mente infantil resolvia por hora juntamente com minha imaginação brincar com aquelas Barbies, minha mãe me mandava guardar tudo que já era hora de dormir.
Eu conhecia a programação infantil da TV como a minha própria palma da mão, adorava levantar de manhã e ir pra sala ver meus desenhos, ou até mesmo o programa da Eliana, saia da cama embrulhada em um edrendom que por ser grande demais pra mim arrastava a ponta no chão, deixando minha mãe louca.
Era das mais comunicativas, adorava imitar, cantar, dançar, gravar vídeos, eu era sempre a primeira a me oferecer. Desde sempre interagindo com quem fosse, tudo e todos.


Quando inquietante eu pedia pro meu pai se podia ir na roda gigante ele sempre dizia que não, que eu era muito nova, me dava a opção de ir na cama elástica ou então no carrossel, mas não era isso que eu desejava. Queria mas não podia, podia mas não queria, fato.
Aprendi pequena ainda, que bons amigos mesmo são os homens. Eu estava sempre tão rodeada por meus primos, não tinha primas mulheres, então me virei com os meninos mesmo, e como eu gostei daquilo tudo. Meus primos pra mim foram a melhor parte da infância. Ir na casa da vovó se tornava sempre mais legal quando eles estavam lá.
Dizia sempre pra minha mãe que ia ser atriz, aquelas bem famosas, da televisão, era uma fissura minha, eu queria porque queria e deu. Ninguém ia me impedir. Paralelamente à toda essa minha imaginação incessante eu pegava minhas cadelas, e adorava ser quem cuidava delas. Mas o que eu gostava mesmo era de cuidar das bonecas, ou até das minhas amigas, dependia do meu humor, que naquela época alterava em uma fração de segundos.
Mas como sempre, tudo mudou, não necessariamente tudo, mas quase tudo.
Chegou a fase da escola, onde tive que começar a administrar meu tempo. Fraciona-lo para poder fazer tudo o que eu tinha vontade.
Também tive que aprender a perder, muitos amigos mudaram de colégio, outros até de cidade, e simplesmente o contato ficou mais difícil.
Agora a conclusão do Ensino Médio, que por vezes desejei tanto, mas tanto, que até promessa eu paguei, se torna tão mais próxima, que passo a ter em mente um futuro próximo onde tenho necessidade de felicidade e de realização.
Deixar meus amigos de infância, com quem passei os melhores momentos, talvez até deixar meus pais para cursar faculdade em outra cidade, deixar minha vida todinha aqui. Vejo que mais um ciclo se termina, e de novo estou apenas no início.
E é difícil ter que aceitar tudo isso, mas tudo se torna necessário.